19 de nov. de 2009

Unilateral

"Odeio suas enormes botas de combate
E como consegue ler minha mente
Eu odeio tanto isso em você
Que até me sinto doente
Odeio como está sempre certo
E odeio quando você mente
Odeio quando me faz rir muito
Mais quando me faz chorar...
Odeio quando não está por perto
E o fato de não me ligar
Mas eu odeio principalmente
Não conseguir te odiar
Nem um pouco
Nem mesmo por um segundo
Nem mesmo só por te odiar"

5 de nov. de 2009

Il était une fois...Gabi


Uma garotinha é deixada junto com a irmã num orfanato no coração da França, e todos os domingos ela espera, em vão, que o pai volte para buscá-la…
Uma artista de cabaré com voz fraca que canta para uma plateia de soldados bêbados…
Uma humilde costureira que conserta bainhas nos fundos de uma alfaiataria de cidade pequena… Uma cortesã jovem e magricela, a quem seu protetor, Etienne Balsan, oferece um refúgio seguro, em meio a um ambiente de decadência…
Uma mulher apaixonada que sabe que nunca será a esposa de ninguém, recusando-se a casar até mesmo com Boy Capel, o homem que retribuiu seu amor…
Uma rebelde que considera as convenções de sua época opressoras e prefere usar as roupas dos homens com quem se envolve…
Esta é a história de Gabrielle “Coco” Chanel, que começa a vida como uma órfã teimosa, e, ao longo de uma jornada extraordinária, se torna a lendária estilista de alta-costura que personificou a mulher moderna e se tornou um símbolo atemporal de sucesso, liberdade e estilo.

4 de nov. de 2009

Classificados

Esse poema de Drummond eu já tinha lido e no dia da entrevista do William Bonner na Marília Gabriela ele também comentou sobre sua beleza.

O amor é algo indescritível. Não podemos explicá-lo e nem medí-lo.

A beleza do amor que sentimos pela vida, pelos nossos filhos, pelas nossas realizações, metas alcançadas...são tantas coisas.

Basta sentí-lo e anunciá-lo!

Luz

Quero

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

(Carlos Drummond de Andrade)